domingo, 8 de agosto de 2010

Paciente número 34

Havia mais de um ano que trabalhava de enfermeira no asilo Santa Luzia em Taubaté no interior de São Paulo, mas como consegui passar em uma faculdade federal tive que mudar para a capital. Como a diretora tinha contato com várias pessoas de São Paulo, logo consegui um emprego em um asilo, novamente, graças a sua indicação. "Amanhã irei para a capital logo de madrugada e chegarei aproximadamente umas nove horas da manhã para me apresentar para a diretora do asilo São Francisco que é mantido e frequentado por somente idosos da alta classe paulistana. Sinceramente estou com medo que eles sejam um tanto que "diferentes" dos que eu cuidava no interior" - pensava.
Acordei de manhã peguei as malas e fui para a rodoviária, dormi a maior parte da viagem, pois não tinha dormido o suficiente a noite devido a ansiedade. Ao chegar peguei um táxi " Ao asilo São Francisco senhor".
O taxista parecia muito irritado como ele não conversava eu também fiquei em silêncio e admirando a bela e nova paisagem de São Paulo.
- Já chegamos moça - disse o taxista, dando um papel com o total a pagar pelo serviço. Quando vi quase não quis pagar não pelo valor alto, mas pelo mau atendimento.
Ele saiu do carro, abriu o porta malas e pegou todas as malas e deixou na calçada.
- Aqui está senhor - disse entregando o dinheiro, ele pegou e voltou ao carro e saiu em alta velocidade. " Que cara mais sem educação eu vou ter que levar tudo isso sozinha ?".
Com grande dificuldade levei as malas até a portaria. Toquei e esperei alguns instantes e apareceu um senhor gordo, careca e que transpirava muito, tinha um lenço laranja nas mãos no qual enxugava seu suor.
- Você é a nova enfermeira ? - disse o guarda com um largo sorriso no rosto, parecia ser simpático diferente daquele grosso taxista.
- Sou sim me chamo Paula - retribui o sorriso, mas era um sorriso reservado que mostrava toda minha insegurança.
- A diretora me disse para levar você ao gabinete dela assim que você chegasse.
- Está bem então.
Ele se aproximou pegou as minhas malas e levou para dentro do asilo.
- Entre - disse me puxando para dentro - eu deixarei suas malas aqui na portaria e depois levarei ao seu quarto - ele entrou na portaria e deixou as malas lá dentro.
- Me acompanhe senhorita - disse o gentil guarda e eu obedeci.
O asilo era composto por três prédios de três andares cada e por um jardim no seu início, mas havia mais um espaço ao fundo do terceiro prédio que eu não conseguia ver.
- A diretoria é no terceiro prédio - disse o guarda cortando o silêncio.
- Eu nem me apresentei meu nome é Eduardo, mas todos os senhores me chamam carinhosamente de "bolinha" - disse corando um pouco, eu tive que segurar o riso - fique tranquila menina aqui todos são ótimas pessoas e você vai se acostumar.
- Obrigado! - ele me tranquilisou.
Entramos no prédio e ele me levou para a sala da diretoria. A parte do interior do prédio era branca, dando ao local uma espécie de "paz" havia um balcão de madeira, um computador, que estava ligadoavia sofás, uma mesa ao centro, que sobre ela havia várias revistas e jornais, o estranho é que não havia ninguém. Então ouvi um barulho de um sinal, era Eduardo que tocava um pequeno sino que estava no balcão próximo ao computador, logo em seguida apareceu uma mulher pequena, de cabelos escuros, com olheiras e um pouco acima do peso.
- O que deseja senhor Eduardo ? - disse a pequena mulher, agora sentada na cadeira que ficava atrás do balcão.
- Está é Paula a nova enfermeira - eles me olharam e eu fiquei vermelha, não gostava de me expor muito.
- A senhora diretora me pediu para que quando você chegasse era para eu mandar você entrar em sua sala.
- Aonde é a sala, por favor senhora... - esqueci de perguntar o nome da secretária, então vi uma identificação em sua mesa - Márcia ?
- É no final deste corredor - disse me apontando o local.
- Estou indo Paula - disse Eduardo saindo em seguida.
- Obrigada - disse e tomei a direção da diretoria.
Era um corredor longo, havia uma escada e somente a porta onde estava escrito diretoria. Estava com a porta aberta, me posicionei diante da porta e vi a diretora ao telefone, ela aparentava ter uns quarenta anos de idade, vestia roupas sociais, e tinha o cabelo curto e estava solto. Ela me viu e fez um sinal para que eu entrasse.
- ... reunião daqui a uma hora, na Câmara com o prefeito está bem então eu irei, obrigado querida até daqui a pouco - ela desligou o telefone - Você é a Paula a nova enfermeira ?
- Sou sim - concordei.
- Devido a uma reunião eu não tenho muito tempo, então terei que ser breve.
Eu estava muito nervosa, minhas mãos transpiravam muito e não sabia o que fazer.


NOTA IMPORTANTE:
A HISTÓRIA AINDA NÃO ACABOU COMO VAI FICAR MUITO EXTENSA DECIDI DIVIDI-LA EM VÁRIOS CAPÍTULOS. ACOMPANHE A INCRÍVEL HISTÓRIA DE AMOR DA PACIENTE NÚMERO 34 E O ENCONTRO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS DA HISTÓRIA. NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

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