quarta-feira, 28 de julho de 2010

A todos os meus amigos

Soneto 30

Quando à corte silente do pensar.
Eu convoco as lembranças do passado.
Suspiro pelo o que ontem fui buscar,
chorando o tempo já desperdiçado.

Afogo olhar em lágrima, tão rara.
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já supera.
Deplorando o que desapareceu.

Posso então lastimar o erro esquecido.
E de tais penas recontaras sagas,
chorando o já chorado e já sofrido

Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti eu penso um momento.
Vão se as perdas e acaba o sofrimento.


William Shakespeare

Nenhum comentário:

Postar um comentário